COMO LIDERAR PESSOAS DIFÍCEIS - PARTE 1

Liderar pessoas é um desafio constante. Como mencionei em um treinamento anterior, o desenvolvimento de um líder não é linear.

É importante entender que são as pessoas difíceis que muitas vezes nos moldam, sem qualquer tipo de filtro. Além disso, devo enfatizar que evitar dificuldades pode tornar você um líder aquém do seu máximo potencial.

Quando começamos a lidar com pessoas difíceis, é crucial reconhecer o que elas podem gerar de positivo em nós.

O fato de saber que existem pessoas difíceis não deve nos fazer esquecer de duas coisas importantes:

1. Existem pessoas que não são difíceis: É essencial não generalizar e reconhecer que muitas pessoas são cooperativas e positivas.

2. O fato de serem difíceis não exclui a possibilidade de elas estarem certas: Às vezes, a forma como agem pode ser desafiadora, mas suas perspectivas podem ser valiosas.

   
   

Geralmente, é a forma como essas pessoas agem que cria um ambiente desfavorável.

Lembro-me de uma conversa entre meu pai e meu primeiro pastor. Na época, meu pai, como diácono, não compreendia por que o pastor, ciente de situações desonrosas, não se defendia e agia diferente com um grupo de pessoas difíceis.

A resposta daquele sábio e saudoso pastor me deu um dos primeiros conceitos sobre liderança nesse aspecto:

“São essas pessoas que mais me fazem orar.”

Que vantagem!

Um líder espiritual não pode cair nas ciladas do diabo ou nas ciladas da imaturidade. Deve manter o padrão de zelo em amor, amando essas pessoas da mesma forma que Jesus as amou, morrendo também por elas na Cruz do Calvário.

Meu pastor e mentor sempre me ensinou a “não passar recibo”. Algumas respostas são reflexos de que uma provocação nos afetou, e pessoas difíceis esperam que de alguma forma obtenham um “recibo” por ações desajustadas que visam antecipar um desejo pessoal.

A compaixão de um líder deve estar em perceber que, como uma criança, essas pessoas ainda não desenvolveram a musculatura espiritual para lidar com assuntos de maior complexidade. Nem tudo precisa de uma resposta imediata, exceto quando afeta a Igreja ou pode afetar o próprio indivíduo. O pastor deve sempre agir como um protetor do rebanho, como um pai e até mesmo como uma mãe, e isso inclui todas as pessoas difíceis.

Tenho liderado todo tipo de pessoas, primeiro em um ambiente corporativo, onde aprendi bastante. Em comparação com as pessoas na Igreja, devo dizer que é um desafio maior, mas existem ferramentas incríveis que Deus deixou disponíveis, que se aplicam a qualquer lugar e organização.

Algumas vezes, você já viu um pai ou uma mãe se fazendo de criança para ensinar os filhos? Faça o mesmo! Creio que foi o Pai Celestial quem usou essa estratégia incrível antes de todos nós; Ele se fez como um de nós e, progressivamente, nos ensina a ser como Ele.

Espero que você tenha sido ajudado nesta primeira parte.