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TRANSIÇÃO PASTORAL DISCIPULADORA

Minha proposta neste artigo é promover a reflexão e sugerir um modelo de transição pastoral através do discipulado, mas não antes de considerar uma das experiências mais comuns nas transições pastorais.


Segundo uma das práticas mais comuns, antes da escolha dos candidatos de uma transição pastoral uma comissão que esteja alinhada com a vida da Igreja é escolhida. Dentro desta realidade, algumas denominações sugerem que certo número de candidatos para o pastoreio assumam agendas pontuais na prática ministerial e assim possam interagir com a membresia local, por exemplo, pregando algumas vezes e ministrando a Ceia do Senhor e estudos bíblicos.

Estes candidatos têm sua trajetória avaliada como também são entrevistados para que ao final de todo processo de sucessão surja uma indicação adequada para a realidade da igreja.


Os modelos mais utilizados geralmente são para um tempo curto de avaliação, desta forma inviabiliza conhecer e ser conhecido pela congregação, creio que esta é a realidade possível em muitos lugares, mas mesmo assim não é a situação ideal.


Esses modelos são pequenas amostragens que conseguem verificar somente algumas qualidades do candidato, mas não creio ser suficiente por existirem diversas outras coisas a considerar para escolher um novo ministro. Penso que devemos gradativamente migrar para outro modelo mais completo, sabendo que ainda será necessário abordagem comum em algumas ocasiões, embora ainda assim considere este primeiro modelo deficiente. Com isso não afirmo que exista modelo infalível, mas existe um modelo mais seguro.


Ofereço uma reflexão sobre uma abordagem para transição mais alinhada à transferência da experiência de um líder sênior através de tempo adequado e dia a dia pastoral para outro pastor que surgirá fruto deste relacionamento intencional.


Vemos este padrão se repetindo na Palavra de Deus do Antigo ao Novo Testamento. Moisés com Josué, Elias e Eliseu, Jesus com os seus discípulos, Paulo com Timóteo e Tito.


Quando um pastor trabalha na esteira do discipulado a igreja dificilmente sofrerá com um processo de sucessão.

Quando um pastor trabalha na esteira do discipulado a igreja dificilmente sofrerá com um processo de sucessão.Porque a formação deste pastor além de teológica, considera forjar o coração em meio a experiências práticas. Os processos de sucessão mais comuns ocorrem sem programação são geralmente indesejáveis e repentinos, por falta desta visão a igreja sofre e muitas vezes o pastor também, porque mesmo que tudo funcione bem dentro de um modelo comum, a igreja ainda gastará tempo para conhecer e avançar junto com o novo líder.


Um pastor discipulador desde seus primeiros dias servindo ao Senhor, trabalha com a visão ativa para identificar para quem poderá passar o bastão, como quem está em uma corrida de revezamento. A Igreja precisa de pastores que tenham uma veia discipuladora e assim não segurem o bastão para si além do tempo, até que não possam passar a frente em tempo oportuno para alguém que pode ir adiante na corrida. A dinâmica deste processo não está em ficar com o bastão, mas em passar ele, precisamos que a corrida continue, reiniciar a corrida é muito mais trabalhoso.


Geralmente essa passagem de bastão oferece a oportunidade da Igreja ver o nascimento e desenvolvimento de novos líderes que estarão alinhados com uma visão bíblica e com a história e identidade da Igreja local, assim prosseguem realizando um trabalho frutífero, sem perder o ritmo. A promoção ministerial de uma transição assim é uma conquista segura para o pastor discipulador e também para o Reino de Deus.


Sou fruto de um modelo como esse, acompanhei os modelos comuns, por isso indico uma transição com visão discipuladora. Estou fazendo isso agora, como fizeram comigo, com a expectativa de uma passagem de bastão adiante em que a obra e o obreiro estarão no melhor lugar possível. Quero incentivar você a fazer o mesmo!


A transição nesses moldes , é mais longa e segura, gera benefícios para a Igreja local e para a formação dos novos ministros. Ela vai além do superficial, porque durante anos ocorrem preparativos intencionais neste sentido.


Isso oportuniza o amadurecimento de um indicado, ele pode conhecer e ser conhecido. O pastor que foi gerado através da mentoria de um líder mais experiente que transmitiu a realidade do ministério é também um pastor melhor preparado para o futuro. A Igreja se recordará da trajetória de um pastor discipulador e de um pastor formado dentro de casa, desde as suas primeiras experiências ministeriais, cada passo será celebrado.


O meu discipulador prossegue correndo ao meu lado, antes da transição, eu corria junto com ele, agora ele corre junto comigo. Continuo impulsionado por suas palavras de encorajamento e testemunho pessoal. A passagem de bastão não acontece quando tudo foi paralizado, mas acontece em movimento, no tempo da corrida.


Este é um maravilhoso planejamento de longo prazo que líderes servos que amam o ministério pastoral podem inserir em suas agendas em uma visão madura e discipuladora para a transmissão segura do ministério pastoral.


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